terça-feira, 29 de julho de 2014

Temos a primeira cidade brasileira a criar uma área específica para a proteção animal.


A proteção animal foi oficialmente incluída entre as áreas de atuação dos integrantes do quadro de fiscais do município de Curitiba. O decreto municipal n.º 652, assinado pelo prefeito Gustavo Fruet na última quinta feira, 24 de julho de 2014 altera o n.º 544, de 7 de maio de 2010, que trata das atribuições e tarefas típicas dos cargos de fiscal e fiscal de obras e posturas do Município.

Com esse decreto Curitiba se torna a primeira cidade do país a "criar uma área específica para proteção animal dentro da função de fiscalização. O decreto fortalece a área de proteção animal e representa um reconhecimento ao trabalho de quem trabalha nessa área" afirmou o diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Alexandre Biondo.

"Agora temos o respaldo para a prática da fiscalização e proteção animal junto à comunidade", diz a fiscal Viviane Lysenko Canone.

A área de atuação de monitoramento e proteção animal inclui: fiscalizar estabelecimentos que comercializem animais vivos quanto a regularidade da legislação vigente, coibir a venda ilegal de animais, atender às denuncias de maus tratos, fiscalizar exposições, feiras e outras aglomerações que tenham animais domésticos visando o bem estar animal, notificar, autuar e embargar autos de infração, emitir relatórios e orientar, informar e esclarecer o cidadão.

Atualmente o departamento recebe por mês uma média de 240 solicitações de fiscalização. Denúncias de maus tratos (Lei 13.908/2011) ou de comércio ilegal (13.914/2011) podem ser feitas através do sistema 156 da Prefeitura Municipal de Curitiba (http://www.central156.org.br/ ou pelo telefone 156).

A Rede de Proteção Animal orienta para que as denúncias sejam feitas com responsabilidade. Para isso, antes de mobilizar a equipe da Rede é importante que o denunciante se certifique de que a situação realmente está irregular.


quarta-feira, 23 de julho de 2014

A caça do boto cor-de-rosa: um desabafo.


Indignação, tristeza, dor, revolta impossível descrever tudo o que senti ao ver a reportagem exibida pelo "Fantástico" no domingo (20). Uma espécie incrivelmente dócil, importante na reabilitação de pessoas e rara está ameaçada e pode ser TOTALMENTE EXTINTA em 15 anos.

Pescadores da Amazônia estão caçando e matando o boto cor-de-rosa, ou boto vermelho, são mais de mil botos mortos por ano e por que? Fome? Necessidade? Não! Os botos estão sendo mortos pela ganância do ser humano! Sua carne e gordura são usadas como isca para a pesca da piracatinga, o peixe carniceiro da Amazônia.

A AMPA (Associação Amigos do Peixe Boi) monitora a região e conseguiu fazer imagens chocantes da caça e morte desses animais. Há anos os pesquisadores estudam o boto cor-de-rosa, em cinco anos sua população já caiu em 50% só na região do meio Solimões.

As imagens gravadas por pesquisadores da AMPA revoltam e nos fazem chorar, fêmeas grávidas que são constantemente procuradas por biólogos na esperança de ver a população de botos voltar a crescer são mortas. Sim, os caçadores matam fêmeas grávidas sem dó nem piedade e usam sua carne e seu feto para atrair as piracatingas.
Em sua defesa os caçadores dizem que precisam fazer isso na época da proibição da pesca, quando são proibidos de pescar outros peixes, oras, mas eles podem usar outros materiais para pescar a tal piracatinga, realizar outras atividades, isso sem falar que eles ganham o auxílio-defeso de um salário mínimo do governo federal mensalmente no período em que a pesca é proibida.

Eu já perdi tudo, de ter que regular comida mesmo e nunca roubei sequer 10 centavos de alguém, muito menos sai matando animais indefesos por aí e olha que eu não tinha um auxílio-defeso de um salário mínimo mensal do governo para me ajudar.
Quando se quer, se arruma um jeito. Acontece que nem sempre a saída correta e honesta é a mais fácil e rápida e com isso quem sofre é o mais fraco.

As denúncias realizadas não só pelo "Fantástico", mas por outros meios fizeram com que fosse finalmente publicada na sexta-feira a lei que proíbe a caça da piracatinga, porém essa lei só entrará em vigor a partir de janeiro de 2015, até lá mais de MIL botos podem morrer até que essa lei comece a valer.

A nós resta fiscalizar o trabalho das autoridades, ficar atentos a qualquer notícia a respeito dos botos e divulgar quão rara e importante essa espécie é para a humanidade. Cada ser deve e merece ser respeitado, o boto cor-de-rosa só existe na amazônia e está ameaçado de extinção, não vamos deixar que mais uma de nossas espécies acabe.

Desculpem o desabafo, mas não aguentei!

Laura Böving Paiva

Segue o link com a matéria completa exibida no "Fantástico" dia 20 de julho de 2014. No início do vídeo é possível ver quão dóceis os botos são e como eles são importantes na reabilitação de crianças.


Entrevista sobre as abelhas no Brasil


Fala galera!
Conversei com o engenheiro agrônomo e apicultor João Gilberto Madureira sobre as abelhas no Brasil, ele me contou um pouco sobre suas espécies, história, o que está causando seu desaparecimento e o que fazer caso uma abelha resolva se instalar em seu jardim.
A entrevista segue abaixo, é curta e bem interessante, vale a pena ler! Aproveitem!

Laura B. Paiva: Quantas espécies de abelhas existem no planeta?
João Gilberto Madureira: São milhares de espécies pelo planeta, cada bioma é formado por seus polinizadores específicos.

LBP: E no Brasil, quantas espécies existes? Ou quais as principais?
JGM:   No Brasil temos as melipônicas ou ASF (abelhas sem ferrão) que são nativas do nosso continente e são polinizadoras do nosso bioma original. São muitas espécies também e várias são nossas conhecidas como a Arapuá, Mandaguari, Jataí, Irai e centenas de outras. Muitas produzem ótimo mel considerado medicinal... Temos por aqui também as abelhas melíferas que foram inicialmente trazidas da Europa pelos jesuítas para fazerem cera para velas e foram elas as iniciadoras da nossa apicultura propriamente dita. Existiam ate meados dos anos 60 espécies europeias puras como as carniças, italianas, e abelhas do reino. Em meados de 1960 um pesquisador da USP de Piracicaba-SP, com o intuito de melhorar nossa produção foi à África e trouxe algumas rainhas que pretendia multiplicar e distribuir a apicultores, estas fugiram e iniciaram a mistura que temos hoje que é uma abelha africanizada, mistura das europeias com africanas, hoje já reconhecidas como espécie Brasileira e também protegida pelo IBAMA!

LBP: Houvi falar sobre uma invasão de abelhas africanas no país, como foi?
JGMEsta foi na verdade a invasão de africanas a qual você se refere (o cruzamento entre abelhas europeias e africanas da questão anterior) e o impacto imediato desta invasão foi a quase aniquilação de nossa apicultura devido à agressividade destas abelhas e a falta de manejo conhecido para resolver o problema. Foram inúmeros ataques e mortes tanto de pessoas como animais.
Hoje em dia a espécie resultante dos cruzamentos naturais já não é tão agressiva e hoje temos conhecimento e manejo para lidar com elas. Elas são mais europeias no sul e sudeste do país e mais africanas nos estados mais quentes do Norte-nordeste.

LBP: E o que está contribuindo para o desaparecimento das abelhas no país?
JGMA diminuição das abelhas por aqui se da pelo uso indiscriminado de agrotóxicos, aliás, somos campeões mundiais no uso e abuso deles. Os que estão fazendo o maior estrago são os nicotinóides e neo-nicotinóides, inseticidas novos que acabam com polinizadores... Um horror! O fipronil também aniquila insetos que vivem em colônias. Eficiência impressionante. É o apocalipse! As regiões que são mais afetadas são as mais desenvolvidas na agricultura com uso de agrotóxicos sem medida de controle e a devida precaução!

LBP: E o que fazer se uma abelha resolve se mudar com sua família para o seu jardim? Muitas pessoas tem dúvidas em relação a isso.
JGMSe abelhas pousam em seu jardim e iniciam uma colmeia ou já estão instaladas por lá chame alguém que tenha competência para tal como corpo de bombeiros, um apicultor, SOS abelha, etc. Elas são protegidas pelo IBAMA como os demais polinizadores.

E João Gilberto termina com um alerta: Sem nossos polinizadores corremos o risco de morrer de fome num futuro próximo e os caminhos são: preservação dos biomas e uma agricultura mais limpa. A curto prazo uma proibição de certos inseticidas assim como uma maior e melhor fiscalização da ANVISA!!!


Obrigada mais uma vez João Gilberto Madureira pela atenção!
E lembrem-se: Vamos proteger nossos polinizadores! Qualquer dúvida mandem e-mails para isfbrazilinaction@gmail.com

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Dies the last Spix's Macaw that once lived in freedom.


It is with regret that we inform the death of one of the last Spix's macaws who were lucky to live a part of life in nature. Presley, the male Spix's Macaw (Cyanopsitta spixii) world's oldest was 40 years old and was considered by biologists and activists living example of the environmental disaster perpetuated by wildlife trafficking.

Taken from his natural habitat, Presley was sold as a pet in the United States, until become the target of official conservation initiatives, which have managed to bring him back to Brazil (but not the nature) 15 years later.

Our friend (who helped inspire the director of the film "Rio") lived for almost 10 years in Lymington Foundation (conservation center located in São Paulo), where were made several captive breeding attempts, all unsuccessful. In March this year, experts from the University of Giessen, Germany, came to collect the semen pf Presley by electroejaculation. However, due to heart problems and advanced age of the bird, the sperm had morphological and mobility problems.

Presley lived in the Foundation until be admitted to the Veterinary Hospital of UNESP Botucatu, on June 20, he didn’t feed himself alone anymore. There, under veterinary care, died on the 25th.

According to a spokesperson for the Institute Chico Mendes, the Presley autopsy was performed at the Laboratory of Comparative Pathology of Wild Animals (LaPCom), University of São Paulo, and the germinative cells of the bird were preserved (germplasm conservation) to be transplanted another male who would like to produce Presley’s sperm . This technique has already been held in other groups of birds and is seen as a final attempt to incorporate the genetic material of the Presley group of Spix's macaws in captivity today.

"He was one of the last individuals of the natural environment. As this species is extinct in the wild, there are few matrices to reproduce. It is very valuable to broaden the genetic diversity and avoid crossing among relatives," explains Patricia Serafini, environmental analyst at the Center national Research and Conservation of Wild Birds (Cemave / ICMBio).

ICMBio has a plan to reintroduce the species back into its habitat. Unfortunately, nowadays the Spix's macaw is extinct in nature and is only found in captivity.

For us from ISF Brazil in Action this news is particularly sad, since we have the Spix's Macaw as a symbol of our fight for the preservation of nature. That one day all the animals can return to their natural habitat without fear of being hunted and extinct, that our forests are preserved and our life really has value.


"I wish for once believe that the world is perfect and everyone is happy, but gave us mirrors and saw a sick world ..." (Renato Russo)

Source: O Eco and Globo Natureza

Morre o último exemplar de ararinha-azul que um dia viveu em liberdade.



É com pesar que informamos o falecimento de uma das últimas ararinhas-azuis que tiveram a sorte de viver uma parte da vida na natureza. Presley, o macho de ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) mais velha do mundo tinha 40 anos de idade e era considerado por biólogos e ativistas o exemplo vivo do desastre ambiental perpetuado pelo tráfico de animais silvestres.


Retirado de seu habitat natural, Presley foi vendido como animal de estimação nos Estados Unidos, até virar alvo de iniciativas oficiais de conservação, que conseguiram trazê-lo de volta ao Brasil (mas não à natureza) 15 anos depois. 

Nosso amigo (que ajudou a inspirar o diretor do filme "Rio") viveu por quase 10 anos na Fundação Lymington (centro de conservação localizado no interior de São Paulo), onde foram feitas várias tentativas de reprodução em cativeiro, todas sem sucesso. Em março deste ano, especialistas da Universidade de Giessen, da Alemanha, chegaram a colher o sêmen de Presley por eletroejaculação. Porém, devido aos problemas cardíacos e idade avançada da ave, os espermatozóides tinham problemas morfológicos e de mobilidade.

Presley viveu na Fundação até ser internado no Hospital Veterinário da UNESP de Botucatu, em 20 de junho, ele já não se mais alimentava sozinho. Lá, sob cuidados veterinários, morreu no dia 25.

De acordo com a assessoria do Instituto Chico Mendes, a necropsia de Presley foi realizada no Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens (LAPCOM), da Universidade de São Paulo, e as células germinativas da ave foram preservadas (conservação de germoplasma) para serem transplantadas em outro macho, que passaria assim a produzir o esperma de Presley. Essa técnica já foi realizada em outros grupos de aves e é vista como última tentativa para incorporar o material genético de Presley no grupo das ararinhas-azuis hoje em cativeiro.

"Ele era um dos últimos indivíduos do ambiente natural. Como essa espécie é extinta na natureza, existem poucas matrizes para reprodução. Ele é muito valioso para ampliar a diversidade genética e evitar os cruzamentos entre aparentados", explica Patrícia Serafini, analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisas e Conservação das Aves Silvestres (Cemave/ICMBio).

O ICMBio tem um plano para reintroduzir a espécie de volta no seu habitat. Infelizmente, hoje em dia a ararinha-azul está extinta da natureza e só é encontrada em cativeiro.

Para nós da ISF Brazil in Action essa notícia é particularmente triste, visto que temos a ararinha-azul como símbolo da nossa luta de preservação da natureza. Que um dia todos os animais possam voltar ao seu habitat natural sem medo de serem caçados e extintos, que nossas florestas sejam preservadas e nossa vida tenha realmente valor.

"Quem me dera ao menos uma vez acreditar que o mundo é perfeito e todas as pessoas são felizes, mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente..." (Renato Russo)

Fonte: O Eco e Globo Natureza.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Cientistas utilizam microchips para entender sumiço de abelhas


Um mistério está intrigando os biólogos: o desaparecimento das abelhas na maior parte do planeta. Um pesquisador brasileiro criou um microchip para tentar desvendar o mistério. Além de produzir mel, esses insetos são fundamentais para a agricultura. Mais de 70% das espécies vegetais cultivadas no mundo são polinizadas por algum tipo de abelha.

Os chips foram colados com o auxílio de pinças em 400 abelhas de um apiário perto de Belém. Quem desenvolveu o equipamento foi o brasileiro Paulo de Souza. Ele chefia uma equipe da Agência de Pesquisas Científicas da Austrália, que investiga o mistério. "Isso começou nos Estados Unidos e já atingiu a América do Sul", explica Paulo.

O número cada vez menor de abelhas na natureza compromete a agricultura. Segundo a Organização das Nações Unidas, 70% dos alimentos cultivados no mundo dependem do pólen das abelhas para chegar até o consumidor.

As abelhas passam o dia coletando néctar para produzir mel. Cada vez que uma operária pousa numa flor, ela fica coberta de pólen, que nada mais é que o espermatozoide das plantas. Quando voa, a abelha carrega o pólen, que vai fecundar outra flor e fazer com que ela se transforme em fruto.

"Sem abelhas, não há alimento. Se não cuidarmos bem dos polinizadores, em particular das abelhas, nós não teremos uma produção agrícola que seja sustentável e não há nada que se possa fazer", explica o pesquisador.

O chip, do tamanho de um grão de areia, é uma espécie de crachá que registra as entradas e saídas de cada abelha na colmeia. Registra também a umidade do ar, temperatura, velocidade dos ventos e transmite essas informações para os cientistas.

O objetivo da pesquisa realizada no Pará é descobrir até que ponto as mudanças climáticas explicam o desaparecimento das abelhas. "Há casos como no município de Colares, por exemplo, que as abelhas de um apiário, cheias de mel, sumiram e não se sabe para onde elas foram", conta o presidente da Federação dos Apicultores do Pará, Gerson de Morais.

Na Tasmânia, ilha que pertence à Austrália, os pesquisadores já chiparam cinco mil abelhas, de quatro colmeias. Duas ficaram em plantações onde se usa um agrotóxico à base de nicotina. A suspeita é que o pólen contaminado desoriente as abelhas, que acabam morrendo porque não conseguem voltar para casa.

"A abelha pode morrer de várias doenças como ácaros, vírus, bactérias, fungos, mas no caso da síndrome do desaparecimento das abelhas, o vilão principal é o pesticida que está eliminando as abelhas", conta o pesquisador Lionel Gonçalves.

O resultado desta pesquisa deve ser divulgado no ano que vem.

A realidade das Unidades de Preservação brasileiras



93 parques nacionais e outras unidades de conservação tiveram suas fronteiras reduzidas ou suas categorias alteradas nas últimas três décadas. Em números, significa que 5,2 milhões de hectares de florestas nativas antes preservadas em parques, reservas e estações ecológicas tiveram sua proteção reduzida ou retirada. Isso equivale ao território do estado do Rio Grande do Norte e é superior ao território da Costa Rica.

74% das perdas de Unidades de Conservação na Amazônia aconteceram entre 2008 e 2012, os principais motivos foram o avanço desregrado da geração e transmissão de energia hidrelétrica, do agronegócio e da urbanização. As constatações são de um estudo publicado na Conservation Biology, uma das mais respeitadas publicações científicas do mundo.

Os estudos identificaram a ocorrência desses eventos em 16 estados, sendo 69 deles em áreas de proteção integral (parques e reservas biológicas) e 24 em unidades de uso sustentável (onde vivem populações tradicionais).

Segundo a análise são encontrados três momentos distintos:

Até 2000 poucas áreas foram afetadas. Em 2001 houve um pico de reclassificações, a maioria positiva, para adequação ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação. 2007 aos dias de hoje, período em que mais ocorreram alterações.

O que mais chamou a atenção dos pesquisadores liderados pelo biólogo Enrico Bernard, do Laboratório de Ciência Aplicada à Conservação da Biodiversidade da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi o período de 2008 a 2012 que registrou 74% de todas as alterações, só em 2011 foram 37 eventos, a maior parte deles na Amazônia. Em Rondônia, o Parque Estadual Guajará-Mirim foi reduzido em duas ocasiões (1996 e 2002), e o Parque Estadual Corumbiara, reduzido a primeira vez em 1996 e revogado em 2010, ou seja, a unidade perdeu completamente a função de área protegida.

Alerta: Ao cruzar as informações, os pesquisadores notaram que as intensificações das alterações nas unidades ocorreram a partir da publicação, em 2007, da Matriz Energética Brasileira – 2030. O documento oficial diz que para o Brasil atender à demanda de 4,5% de mais oferta de energia elétrica anual até 2030, todos os grandes rios da Amazônia devem ser barrados para a construção de hidrelétricas. Em 2008, começou o movimento pela diminuição do tamanho de algumas unidades de conservação na Região Norte para a prospecção de potencial hidrelétrico. E muitos parques nacionais e reservas extrativistas estavam na mira...

Mas segundo Bernard (UFPE), isso bate de frente com a lei do SNUC, o que fez com que o governo promulgasse o Decreto 7154/2010, dizendo que, "em caso de interesse público, todas as unidades de conservação poderiam ser prospectadas".

E sistematicamente, de 2010 a 2012 um total de 21 unidades de conservação tiveram suas fronteiras afetadas na Amazônia para acomodar empreendimentos de geração ou de transmissão de energia. A pesquisa estudou alterações apenas nas unidades de conservação. Se terras indígenas e quilombolas fossem incluídas, a conta seria ainda maior.

Bernard adverte que "a maioria dos grandes rios brasileiros nasce dentro de unidades de conservação e já se sabe que as florestas são em parte responsáveis pelo volume de água das chuvas e conservação dos rios. Se o regime hidrológico for alterado, o funcionamento das hidrelétricas ficará comprometido".

Ainda segundo a pesquisa, estima-se que a criação e manutenção das unidades de conservação no Brasil captura cerca de 2,8 bilhões de toneladas de carbono anualmente, ajudando a reduzir o efeito estufa. Os parques nacionais têm potencial para receber 20 milhões de visitantes por ano, o que pode gerar um impacto positivo de U$ 1,1 bilhão na economia nacional.

Para refletir: As florestas são responsáveis por manter o volume de chuvas, logo, sem florestas, sem chuvas. A maior parte dos rios brasileiros nasce em meio às Unidades de Conservação, acabar com essas áreas para construir hidrelétricas não é um tanto contraditório?

Fonte: WWF-Brasil.

Como vão nossas florestas?



"Moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza" já dizia a canção escrita por Jorge Ben em 1969. Bom, o Brasil ainda é tropical e abençoado por Deus, mas suas paisagens bonitas por natureza podem estar com os dias contados.

Mundialmente conhecido por suas florestas, detentor de mais de 20% das espécies de fauna e flora mundiais, 6 biomas terrestres e um aquático, o Brasil sofre diariamente com o desmatamento que ocorre em grande escala e chama mais à atenção na Mata Atlântica e outros biomas que possuem ocorrências menores, mas não menos importantes.

Em 12 anos de medições, o Brasil perdeu 15% do Pantanal, 45% da Caatinga, 48% do Cerrado, 20% da Amazônia, 53% dos Pampas e 91,5% da Mata Atlântica. 

De 2002 a 2008 a taxa de desmatamento na Mata Atlântica foi equivalente a 45 mil campos de futebol, no mesmo período perdemos o equivalente a 1,4 milhão de campos de futebol por ano no Cerrado e 3 mil campos de futebol na Caatinga. O Brasil perde 713 km² de Pantanal por ano.

No ano passado, o estado campeão de desmatamento da Mata Atlântica foi Minas Gerais, seguido por Piauí, Bahia e Paraná, juntos os 4 estados desmatam 92% da Mata Atlântica brasileira. Apesar de liderar a lista, Minas Gerais registrou uma redução de 22% na taxa de desmatamento em relação a 2012, enquanto Piauí duplicou seu número.

O alto índice de desmatamento faz com que o Brasil ocupe o quarto lugar entre os países que mais emitem gases do efeito estufa, 61% desses gases provém do desmatamento de nossas florestas.

O setor pecuário é um dos maiores influenciadores desse desmatamento, a pecuária ocupa ¼ do Brasil, e tem média de um boi por hectare. 1/3 de todo o rebanho bovino está na Amazônia, onde 80% da área desmatada é ocupada com bois. Ali há 22,4 milhões de hectares de pastagens abandonadas e degradadas, ou uma Grã-Bretanha, que poderiam ser reaproveitadas.

A saída encontrada pelo governo foi a criação das chamadas Áreas de Preservação Permanente (intocáveis) e Unidades de Conservação (desenvolvimento sustentável), responsáveis por preservar o que ainda existe em nosso país. Porém, nem todas essas áreas são devidamente preservadas.

Para que nossas florestas sejam devidamente preservadas e nossos animais tenham direito à vida é preciso que a população faça a sua parte, não compre animais exóticos, certifique-se de comprar apenas produtos fabricados a partir de madeiras de áreas reflorestadas, não faça queimadas e ao notar qualquer irregularidade denuncie ao IBAMA pelo telefone 0800-618080

Vamos lutar para que nosso país continue sendo "bonito por natureza".


Fontes: IBAMA, MMA, O Eco, SOS Mata Atlântica, WWF, Ambiente Brasil.

sábado, 12 de julho de 2014

Você conhece a Floresta Nacional de Carajás?

Fala galera!

Nossa colaboradora, Jennifer, visitou a Floresta de Carajás, conhecida por sua riqueza mineral e natural e nos brindou com belas fotos e informações sobre o lugar, vale a pena conferir!


Flor de Carajás



 


Protegida e administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Floresta de Carajás possui uma área de um pouco menos de 412 mil hectares e abriga milhares de espécies de animais e plantas, entre elas é possível encontrar algumas em extinção, como é o caso da onça pintada e da Flor de Carajás, uma planta encontrada apenas em solo que contem minério de ferro, (Carajás é mundialmente conhecida por sua riqueza mineral).




Dentro da Floresta encontra-se o zoobotânico que serve não só como lazer, mas como uma unidade de conservação de espécies ameaçadas. O parque possui aproximadamente 270 animais, entre mamíferos, aves e répteis que vivem livremente em contato com seu habitat natural. Lá são recebidos animais oriundos de apreensões do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) e ICMbio, em alguns casos o animal é levado para quarentena, tratado e sempre que possível reintroduzido ao seu habitat natural. O diferencial do zoobotânico de Carajás é que só ficam lá os animais que não conseguem se readaptar ao seu habitat natural.




A Reserva Floresta Nacional de Carajás conta, além do zoobotânico e do hospital veterinário, com um herbário, uma sala de coleções com frutos, sementes, madeiras e insetos e uma sala interativa, onde os visitantes podem ter contato mais próximos com 400 espécies de fauna e flora da Amazônia.



Imagens feitas por Jennifer C. Barraza.

Quer saber mais sobre o parque? Como chegar e outras curiosidades? Acesse:

http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/unidades-de-conservacao/biomas-brasileiros/amazo
nia/unidades-de-conservacao-amazonia/1927-flona-de-carajas.html

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Useful level of water in the Cantareira System resets today


In a historic drought, Cantareira System, one of the largest producers of water systems in the world, that treats 33,000 liters of water per second and is responsible for supplying water to almost 10 million residents of Sao Paulo would have its useful volume of water reset today, July 11 if your dead volume was not used.

The so-called dead volume Cantareira System began to be used since 16th of May, more than 182 billion liters of water this deep reservoir has been used, which is equivalent to ¼ of its storage.

It is expected that the rains occur again during the spring and the system recovers, but until then, it is requested that people save water.

The Cantareira System is a complex willing at different levels and is connected by 48 kilometers of tunnels to better enjoy the gaps and the accumulation of water by gravity. Fuelled by four reservoirs fed by five different rivers, two of them have their sources in the state of Minas Gerais, and has a dam safety in case of system downtime.

Despite all this structure the Cantareira system collapsed, will he ever be able to recover?


For years we are warned that the world will suffer from lack of natural resources and the water will be one of the first to finish, what it takes longer to happen so that people will realize that we must change the way of thinking and acting so that we can live with quality?

Volume útil de água do Sistema Cantereira zera hoje




Em uma seca histórica, o Sistema Cantareira, um dos maiores sistemas produtores de água do mundo, que trata 33 mil litros de água por segundo e é responsável pelo fornecimento de água para quase 10 milhões de moradores de São Paulo teria seu volume útil de água zerado hoje, dia 11 de julho caso seu volume morto não fosse utilizado. 

O chamado volume morto do Sistema Cantareira passou a ser usado a partir do dia 16 de maio, mais de 182 bilhões de litros de água desse reservatório profundo já foi usado, o que equivale a ¼ de seu armazenamento.

Espera-se que as chuvas voltem a ocorrer durante a primavera e que o sistema se recupere, mas até lá, pede-se que a população economize água.

O Sistema Cantareira é um complexo disposto em diferentes níveis e está interligado por 48 quilômetros de túneis para melhor aproveitar os desníveis e a acumulação de água por gravidade. É abastecido por quatro reservatórios alimentados por cinco diferentes rios, dois deles possuem suas nascentes no estado de Minas Gerais, além de ter uma represa de segurança para casos de paralisação do sistema.

Apesar de toda essa estrutura o Sistema Cantareira entrou em colapso, será que algum dia ele será capaz de se recompor?

Há anos somos alertados que o mundo sofrerá com a falta de recursos naturais e que a água será um dos primeiros a acabar, o que mais é preciso acontecer para que a população se dê conta de que é preciso mudar a forma de pensar e de agir para que possamos viver com qualidade?

Laura B.