Sim, é possível.
Pesquisadores realizaram um estudo a fim de averiguar
as metas da CDB (Convenção sobre Diversidade Biológica). Segundo o documento,
assinado em 2010, 17% das terras do planeta deve ser colocado em unidades de
conservação para garantir a preservação de 60% das espécies vegetais do mundo.
Segundo o estudo realizado por ecólogos que investigaram o
herbário de 110 mil espécies de plantas do Jardim Botânico Real, em Kew, no
Reino Unido, atrás de dados para mapear a diversidade mundial de plantas,
florestas que representam apenas 17% da cobertura terrestre do planeta
concentram 67% das espécies vegetais conhecidas. O estudo está publicado na
revista “Science”.
Como 13% das áreas terrestres já têm algum status de proteção, a
meta de atingir os 17% até 2020 parece alcançável. Mas há uma ressalva: muitas
das terras que já são protegidas (algumas delas em montanhas, outras em áreas
polares) não possuem alta biodiversidade de plantas.
"Teoricamente, a meta é alcançável, mas até aqui não temos
sido bons em criar áreas de proteção de plantas nos lugares mais
prioritários", diz Clinton Jenkins, ecólogo da da Universidade Estadual da
Carolina do Sul que participou do estudo.
Segundo o pesquisador, portanto, provavelmente será preciso ter
mais do que 17% das áreas do mundo dentro de unidades de conservação para que a
meta de proteção de plantas da CDB seja atingida. Uma boa notícia trazida pelo
estudo é que grande parte das zonas de alta biodiversidade vegetal se sobrepõem
às de diversidade animal, e as metas de proteção podem ser atingidas em
conjunto.
O mapa gerado por Jenkins (feito com base no levantamento
coordenado por Lucas Joppa, da Universidade Duke) indica em vermelho as regiões
prioritárias, muitas delas em ilhas e pequenos ecossistemas isolados. Nesses
locais há muitas espécies "endêmicas", que são exclusivas de cada
dada região.
No Brasil, as únicas áreas que entrariam na cota dos 17% mais
importantes são o Nordeste, o Sudeste e o Sul, por causa da alta diversidade e
da pequena extensão territorial da Mata Atlântica. A Amazônia, apesar de
possuir muita diversidade, é uma área muito ampla, o que faz com que tenha pouca
"densidade de endemismo" (critério usado para estabelecer as áreas
prioritárias).
Jenkins, interessado na região, está de mudança para o Brasil.
Beneficiário do programa Ciência sem Fronteira, vai ficar três anos no país
treinando ecólogos no IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas), em Nazaré
Paulista (SP).
Nenhum comentário:
Postar um comentário