quinta-feira, 5 de março de 2015

O menino que sonha salvar o oceano


Boyan Slat nasceu em 1994 na Holanda. Em 2011 o jovem passou férias na Grécia, país conhecido por suas belas praias e seu incrível mar azul safira. Mas, logo a magia se transformou em frustração, ao entrar na água o garoto, então com 16 anos, viu um monte de saquinhos plásticos boiando. Eram tantos sacos plásticos, que ele pensou que fossem águas-vivas. 

Ele não conseguiu parar de pensar no que viu e, assim que voltou para casa, começou a estudar o assunto. Aprendeu que humanidade joga 6,4 milhões de toneladas de lixo no mar por ano e que 80% disso é plástico; estima-se que haja 18 mil pedaços de plástico para cada quilômetro quadrado de oceano. E constatou uma sujeira de proporções colossais, que só piora.

Mas Boyan achou que podia dar um jeito, criou um plano e o apresentou na feira de ciências do colégio, o projeto ganhou um prêmio da Universidade de Delft, uma das mais importantes da Holanda e fez o menino ser convidado a se apresentar no TED (essa apresentação já tem mais de 1,7 milhão de visualizações na internet). A Organização das Nações Unidas tomou conhecimento do projeto e, em novembro de 2014, deu a Boyan seu maior prêmio ambiental, o Champion of the Earth. A partir de então o menino criou um site para levantar doações, contratou cientistas e engenheiros e, enfim, começou a realizar o projeto.

Mas qual é o projeto?

Bom, tudo começou com uma ideia simples, Boyan decidiu estudar os giros oceânicos, há cinco giros principais que são grandes correntes marítimas que puxam o lixo e funcionam como enormes redemoinhos de sujeira. Esses giros chegam a ter seis vezes mais plástico do que zooplâncton.

Então Boyan pensou: por que não atacar ali? Ao invés de ir até o lixo, por que não deixa-lo vir até você e captura-lo em uma armadilha? 

É nisso que constitui seu projeto, a criação de barreiras, cada uma é formada por um cordão com 100 km de boias dispostas em formato de “U”. A medida que a corrente marítima passa, o plástico chega e fica preso. Depois é recolhido por um navio lixeiro, que passa no local uma vez a cada 45 dias. Em tese, peixes e outros animais não seriam afetados, pois conseguiriam passar por baixo das barreiras. 

Muitos especialistas criticaram o projeto alegando que os giros oceânicos são grandes demais, que as boias vão arrebentar, se deformar, que o problema está na fixação (pois cada barreira precisa ser amarrada, com um cabo de 4 km, ao fundo do mar, o que é tecnicamente difícil). Também houve quem questionasse o que seria feito com o plástico recolhido, pois a água salgada e o sol alteram suas propriedades, dificultando a reciclagem. A enxurrada de críticas mexeu com Boyan. "Aquilo me afetou bastante", admite. 

Usando parte do dinheiro que havia arrecadado, Boyan contratou uma equipe de engenheiros e biólogos que elaboraram um estudo de 530 páginas que explica como ele pode funcionar. Uma das soluções foi encontrada no Brasil. Uma experiência da Universidade de Caxias do Sul mostrou que é possível reciclar plástico coletado no mar. "As pessoas pensam que é só pegar o material, colocar numa máquina e reciclar. Mas ele vem fragmentado e cheio de colônias (animais) na superfície", diz o estudante de engenharia ambiental Kauê Pelegrini, responsável pelo projeto. Ele e seus professores criaram um processo que limpa, separa e condiciona plástico transformado em saboneteiras. 

O estudo de Boyan também mostrou que é possível transformar o plástico em óleo, que poderia ser revendido, gerando recursos para a manutenção das boias. Até agora, Boyan levantou pouco mais de US$ 2 milhões em doações. Esse dinheiro é suficiente para produzir algumas barreiras e testá-las na primeira etapa do projeto, que deverá durar quatro anos. Ele calcula que, se o sistema fosse implantado em larga escala, seria possível retirar 16% de todo o plástico dos oceanos a cada dez anos. Isso significa que, teoricamente, o problema do lixo marinho poderia ser resolvido em algumas décadas. O custo seria de US$ 30 milhões anuais, um valor modesto, só a cidade de São Paulo gasta 20 vezes isso com a coleta de lixo. "Acho que a tecnologia é o melhor meio para qualquer mudança. Eu poderia dedicar minha vida a isso", sonha o garoto.


Quer saber mais sobre Boyan Slat? http://www.boyanslat.com/

Imagem: Internet/Divulgação

quarta-feira, 4 de março de 2015

Os animais e o calor.


Ah o verão! Sol, calor... E que calor! Os humanos não são os únicos a sofrer com o calor, nossos amigos peludos também sofrem. Abaixo, Drª Fabiana nos explica o que acontece e como cuidar de nossos amigos.


Cuidados de verão
Os cães e os gatos não possuem glândulas sudoríparas (de suor) na pele e portanto não transpiram como os seres humanos. Essas glândulas estão presentes somente nos coxins (almofadinha das patinhas).

Nesses animais a principal troca de calor é feita através da respiração e por isso é comum ver o animal ofegante durante o verão.

Um dos perigos do calor excessivo é a intermação. A intermação é uma forma de hipertermia (febre) causada quando o animal é exposto a altas temperaturas. Ela ocorre quando a carga de calor que ele recebe é maior do que o corpo é capaz de dissipar. Animais de raças grandes e animais braquicéfalos (animais de focinho curto) são os mais acometidos. Em animais estressados, ambientes fechados e de pouca ventilação a intermação ocorre de forma mais rápida.

Entre os sintomas mais comuns temos a respiração ofegante, mucosas hiperêmicas (vermelhas), taquicardia, desconforto respiratório e a hipertermia. Esses sintomas associados ao calor excessivo já são indicativos de intermação.

A temperatura normal dos cães varia de 37,5°C a 39,2°C e dos gatos 38,1°C a 39,2°C. Quando ocorre a hipertermia por intermação, a temperatura pode chegar a 40/42 graus. Nesse caso o animal necessita de tratamento de urgência.

Antes de leva-lo a uma clínica veterinária resfrie-o borrifando ou mergulhando-o em água a temperatura ambiente, nunca gelada.

Algumas dicas para amenizar o desconforto do calor:

- Evite passear em dias muito quentes ou o faça no começo da manhã ou no final da tarde. Com isso evita-se o mal estar e o risco de causar queimaduras nas patinhas, pela alta temperatura do chão.

- Para os animais que ficam no quintal, certifique-se de que o abrigo ou a casinha seja bem arejado e fique protegido do sol, assim como a água e o alimento.

- Mantenha a pelagem curta, isso faz com que haja um melhor conforto térmico.

- Faça o controle de ectoparasitas. No verão é mais comum a proliferação de pulgas e infestação de carrapatos, que podem transmitir doenças.

- Aplique protetor solar quando expor o animal ao sol. Animais de pele clara, principalmente de pelagem branca, são mais sensíveis aos raios UV e consequentemente ao câncer de pele. Use-o principalmente no focinho, orelhas e onde há pouca pelagem.

- Ofereça água fresca a vontade.

Dra. Fabiana Terra.

Imagem: Internet

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

A situação da água

Represa Alto Palmeiras-S.C. A água chegava na cerca.

Todos temos acompanhado a chamada crise hídrica do sudeste brasileiro, mas quais os estados que estão sofrendo com a crise? O que está sendo feito para amenizar a situação? Algumas colaboradoras da nossa crew nos enviaram relatos de onde moram, vamos ver?

Os quatro estados do Sudeste estão com sérios problemas relacionados à água. São Paulo enfrenta ameaça de um racionamento radical: cinco dias sem água e dois dias com. Em Minas Gerais haverá racionamento se não houver economia de, pelo menos, 30% no consumo de água em relação ao ano passado. No Rio de Janeiro várias paisagens turísticas da cidade mostram o problema da escassez de água e o racionamento não é descartado. Espírito Santo: a vazão de água está 40% abaixo do esperado para a época, especialistas consideram esta a pior estiagem dos últimos 40 anos.

A falta de água é comum em algumas regiões dos estados do Nordeste, mas dessa vez há mais visibilidade para o problema A cada dez cidades que relatam problemas por falta de água, nove estão no Nordeste. A população já foi orientada a economizar água e luz, 500 cidades abastecidas pela bacia do rio São Francisco estão disputando direitos sobre a água. No Rio Grande do Norte a população já foi orientada a construir poços artesianos para garantir o abastecimento. No Ceará, apenas oito dos 184 municípios do estado não estão em situação de emergência.

Na região Norte, o estado do Amazonas não enfrenta as cheias, não sofre com a falta de água. Situação contrária a da maior parte do país vive o Acre que está enfrentando grandes quantidades de chuva.

No sul os estados não sofrem com a tal crise hídrica, mas os reservatórios também estão baixos. O Governo Federal diz que a situação é tranquila, mas os níveis dos rios estão mais baixos que o normal e os reservatórios estão com apenas 63% da capacidade.

O pior em toda essa crise é que, segundo relatório divulgado em 2013 pelo Ministério das Cidades, cerca de 37% da água tratada no país são desperdiçados em vazamentos. O consumo desse líquido precioso também é alto, segundo a Organização Mundial de Saúde, cada pessoa deveria consumir 110 litros de água por dia, mas no Brasil o consumo médio por pessoa é de 166,4 litros.
Pelo menos, 35% das obras de geração de energia estão atrasados no país, há usinas construídas, mas sem a linha de transmissão necessária para funcionar.

Enquanto as obras estão paradas ou atrasadas a população sofre com a falta de chuva e a falta do bem primordial para a sobrevivência: a água.

Agora fica a questão, com tantos recursos naturais, por que o Brasil não investe, ou facilita a implementação da utilização de fontes renováveis na fabricação de energia? Afinal temos sol o ano inteiro e alto potencial eólico.

Obrigada,
Equipe ISF Brazil in Action.

Fontes: Jornal de Santa Catarina, G1.com, Jornal Correio da Bahia, Bom Dia Brasil, Jornal Estado de Minas.

sábado, 31 de janeiro de 2015

O que te inspira?



A divisão jovem da ISF desafia você a postar diariamente o que te inspira a ser esse agente transformador, essa pessoa que luta por um mundo melhor, é o #ISFPhotoChallenge

Serão trinta dias, para cada dia uma motivação, um desafio. Começa em 1º de fevereiro. E aí, vamos participar?

Os desafios diários estão na imagem acima (em inglês) e traduzidos abaixo. Basta postar uma foto relacionada ao desafio do dia e usar as hashtags #ISF #ISFPhotoChallenge #30DayPhotoChallenge.

1- Por que você apoia a ISF? Ou por que alguém deveria apoiar a ISF? Você pode falar das campanhas, da união de pessoas em prol de um mundo melhor...

2- Você reutiliza sua garrafa de água no seu dia-a-dia? Mostre sua garrafa especial para nós!

3- Que tal nos mostrar um de seus animais favoritos? COnte-nos alguma curiosidade sobre ele, talvez nós não saibamos disso.

4- Faça uma doação! Que tal doar algo e compartilhar esse momento conosco? Vale doação de roupas, brinquedos e livros; doação de ração e brinquedos para animais... E nesse calor, por que não dar água a um animal de rua? As possibilidades são infinitas!

5- Nos mostre pelo que você é grato.

6- O que te faz único? Você tem um talento especial? O que te faz ser essa pessoa incrível? Suas roupas definem seu estilo? Talvez a cor de seu cabelo, o corte... Mostre o que te faz diferente e único, nós vamos adorar saber!

7- Que tal compartilhar aquela frase que te inspira? Nos fale porque esse quote é especial.

8- Canudos recicláveis. Vale os de papel, bambu, metal... (Você ganha bônus o canudo não for de plástico).

9- É segunda-feira! Que tal participar do movimento "segunda sem carne" e postar uma foto de sua comida vegetariana ou vegana? Aproveite para compartilhar a receita, nós vamos adorar!

10- Ensine algo para os seus pais hoje. Você pode ensina-los sobre a ISF, algo que te motiva e te encanta, algo que você quer mudar em casa...

11- Que tal sair de casa, aproveitar a natureza e nos mostrar uma foto de sua flor ou árvore favorita? A mãe natureza é encantadora, compartilhe seu olhar conosco!

12- Você gosta de compartilhar sobre a ISF com outros? Mostre-nos como você faz isso.

13- Que questão é mais importante para você? Ser vegetariano e preservar a vida de animais? O plantio de árvores? A luta pela preservação de espécies ameaçadas de extinção? Mergulhe nas possibilidades e nos mostre o que te motiva!

14- É o dia dos namorados na América do Norte! Que tal aproveitar a deixa para reciclar algo que você tem em casa e fazer um presente para alguém?

15- A escolha é sua! Faça valer à pena!

16- Você tem uma receita vegetariana ou vegana favorita? Compartilhe conosco! Assim muitos poderão experimentar também!

17- Seus animais de estimação tem algum produto da ISF? Mostre-nos!

18- #Time4TheTalk Nós estamos conversando sobre a importância das abelhas e seu perigo de extinção. Que tal aproveitar o dia para postar fotos e fatos sobre essas pequenas polinizadoras, vamos conversar sobre seu importante papel e ajudar a salvar as abelhas! (Não esqueça da hashtag)

19- Você tem alguma ideia para a ISF? Talvez alguma campanha que você gostaria que fizéssemos? Compartilhe conosco!

20- Esta é especial para as divisões da ISF: GenISF, Kids Army e Community Crews. Por que vocês adoram ser parte da comunidade da ISF? 

21- Seja um voluntário! Faça um trabalho voluntário. Se você já fez algum trabalho voluntário, mostre-nos o que você já fez!

22- Poste uma foto de uma espécie ameaçada, nos conte porque este animal é importante é o que podemos fazer para salvá-lo.

23- Plante uma árvore, algumas flores, ou talvez alguma nova muda de tomate. Seja lá o que for, compartilhe conosco!

24- Faça uma limpeza. Que tal reunir alguns amigos e tirar o lixo da praia, limpar algum parque ou praça? A natureza agradece!

25- Você, ou alguém que você conhece tem algum animal que foi resgatado das ruas? Nos conte como esse animal foi resgatado e se tornou parte da família.

26- Diga qual produto produzido sem maltratar animais é o seu favorito e porque. Você pode postar vídeos no IG, seria muito bom!

27- Você recicla? Nós esperamos que sim! Que tal nos mostrar o que você vem reciclando?

28- Compartilhe a sua arte sobre a ISF!

29- Quais habilidades você usa para ajudar a ISF? Essa é outra categoria com possibilidades infinitas! Mostre-nos suas habilidades!

30- Que meta você gostaria que a ISF atingisse em 2015? Conte para nós!

É isso aí! Vamos participar e mostrar cada um de nós e o Brasil tem de bom! Não esqueçam de usar as hashtags #ISFPhotoChallenge #ISF nas postagens para que a ISF possa encontrá-las!

Tradução: Laura B.

Para saber mais sobre a campanha e suas regras é só acessar (em inglês): http://www.isfoundation.com/campaign/isfphotochallenge 


quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Nature Alert


I watched yesterday on the news about the blizzard in the eastern United States. Some people complained of NY because the government shut down the city and the snow was not so bad. Honestly, better to dwell in a place where the government cares and prevents the population. NY had financial losses, but did not record victims car accident that could have happened if the city had not s. In coast thtopped situation was serious but with strong winds and high tide. Millions of people were affected, at least it was not a tragedy.

Honestly, I live in a country where the government waits until the last second to act, denies everything that happens and that's not good. International NGOs claim that deforestation in the Amazon has grown (reached 400% in some periods), but the federal government says that deforestation fell. The Minister of the Environment has not signed the pact for reducing deforestation at a UN conference because, she said, did not know the document's content and had not been informed that it would be discussed at the conference. The country's main water reservoirs are operating with the so-called dead volume, hydroelectric plants responsible for supplying 70% of the Brazilian energy are just over 10% of its capacity, but the Brazilian government says there will be only risk rationing energy if levels reach 10%.

02/15/2007 In a report* was published: In 20 years lack water to 60% of the world, says UN. I ask: What in the world did about it? Eight years later, what countries have done to preserve this precious asset?

As for Brazil, let's see ...

Unfinished and overpriced works of hydroelectric plants, some even left the drawing board.

Lack of investment in power transmission lines (60% of the works are delayed).

Low investment in clean energy sources (wind and solar), despite the enormous capacity that the country has to generate energy from these sources.

The Brazilian government is working with the remediation, with the theory of "save yourself who can", meanwhile Brazilian beauties are fading, there in 2007 Brazil was seen as a strategic point for its woods and waters. Well, we are in 2015 and our rivers are drying up, our forests being cut down or burned, the population of large and important Brazilian's cities are feeling what is running out of water.

What is this? The alert. Even if the storm is not as strong, listening to the meteorologists, respect of nature warnings and thank to the end of it you have those you love close by and you can enjoy the natural resources that remain.

Laura B.

Image: Internet

*http://noticias.uol.com.br/bbc/2007/02/15/ult2363u9460.jhtm


sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Nível de água nas represas brasileiras é preocupante e faz o governo falar em racionamento.




A água nos reservatórios para a geração de eletricidade chegou a níveis preocupantes. Pela primeira vez o governo admitiu que pode implantar o racionamento de energia. 

O que fez o governo admitir que poderá haver racionamento é o fato de que o nível das represas das regiões que produzem a maior parte da eletricidade consumida no Brasil está 39% menor do que em 2001, ano em que o Brasil sofreu um apagão.

"Nós temos energia para abastecer o Brasil. É obvio que se nós tivermos mais falta de água, se nós passarmos do limite prudencial de 10% nos nossos reservatórios, aí estamos diante de um cenário que nunca foi previsto em nenhuma modelagem. A partir daí nós teríamos problemas graves, mas nós estamos longe disso", fala o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga.


Segundo o ONS, a situação só é tranquila no Sul. Em todas as outras regiões, o nível das represas hoje é muito menor do que no ano passado. No Sudeste e Centro-Oeste, que produzem 70% da energia do país, o volume d’água caiu para menos da metade. Represas importantes como Furnas, Nova Ponte e Três Marias, estão com pouco mais de 10% de sua capacidade, nível que o ministro das Minas e Energia chamou de limite mínimo.

"Nós já estamos num processo que podemos chamar de apagão. Essa é a nossa situação. A situação é muito crítica. O período chuvoso vai chegar ao fim sem recuperação dos reservatórios e a partir daí nós vamos ter uma crise no fornecimento de energia elétrica", diz o professor de engenharia hidráulica da UFMG, Carlos Barreira.

Segundo o ONS, em 2001 quando o Brasil teve de racionar energia, o nível das represas do Sudeste e Centro-Oeste estava em 28%. Hoje ele está com 40% a menos.

Naquela época, o brasileiro teve que mudar seus hábitos para reduzir o consumo. Os banhos ficaram curtos e de preferência fora do horário de pico. As donas de casa aprenderam a acumular a roupa antes de lavar e de passar. Agora, o brasileiro precisa retomar esses cuidados.

A usina da represa de Paraibuna, no interior de São Paulo, parou de funcionar ontem (22), porque o nível de água da represa chegou a 0%, a usina está usando o chamado volume morto. Em seu estado normal de funcionamento, a usina gera 85 megawatts de energia, suficiente para abastecer uma cidade com 127 mil residências.

A represa de Paraibuna, o maior reservatório do Rio Paraíba do Sul, atingiu o menor volume desde que foi criada, em 1970.

Toda a água que ainda é possível ver é do chamado volume morto, que equivale a 46% do total do reservatório. Uma quantia que só é usada em casos extremos, como agora, mas que não deve durar muito tempo.

"A previsão mais favorável do cenário mais favorável, feita pela ONS, é que em dezembro de 2015 este volume morto estaria esgotado", fala Luís Roberto Barreti, do Comitê de bacias do Rio Paraíba.

A tulipa é uma estrutura de concreto usada para escoar a água quando a represa está com 100% da capacidade. A última vez que isso aconteceu foi em 2010. Hoje ela está completamente fora da água. Desde a última vez que a água verteu pela tulipa, há cinco anos, a situação em Paraibuna só piorou.
Tulipa em 2010.
Tulipa atualmente.
No gráfico é possível ver como o nível da represa caiu nos últimos anos:


A bacia do Paraíba abastece 184 cidades em três estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Para evitar que falte, a água é reservada em represas, ao longo da bacia.

Divisão das cidades abastecidas pela bacia do Paraíba.
A represa de Santa Branca, um dos três reservatórios do Rio Paraíba no estado de São Paulo, está hoje com apenas 0,6% da capacidade, a água nem chega perto das comportas da usina que tem na represa e o volume morto dela é 15 vezes meno que o de Paraibuna.

Além de Paraibuna e Santa Branca, o Rio Paraíba recebe águas da represa de Jaguari, que está com menos de 2% da capacidade (1,93%).

Em entrevista, hoje cedo, ao Bom Dia Rio, o secretário estadual do Ambiente do Rio, André Correa, não descartou a possibilidade de racionamento de água no estado. "Nós vivemos um momento crítico, nós vivemos o pior momento dos últimos 84 anos ou a gente tem essa consciência coletiva ou a gente não descarta nenhum possibilidade".

"A vantagem, se é que dá para dizer assim, é que esse período vai ser de grande ensinamento para população. Nós temos que aprender com isso a usar melhor os recursos que a gente tem, para a gente ter no futuro", avisa Barreti.

domingo, 4 de janeiro de 2015

O saber que vem do lixo.



A história de hoje se passa no Rio Grande do Sul, mais precisamente em Passo Fundo e mostra a importância que os livros podem ter na vida de uma pessoa. Sr. Chicão nasceu em 1944, hoje vive da aposentadoria e do que ganha com a venda de material reciclável que recolhe do lixo em um galpão mal iluminado, sem luxo onde funciona sua biblioteca há 20 km do centro de Passo Fundo (RS).

A biblioteca começou a ser formada a partir de livros encontrados no lixo, os exemplares eram levados de carrinho até o galpão, com o tempo as pessoas começaram a doar os livros que seriam jogados fora. Hoje mais de seis mil livros compõem a biblioteca de Seu Chicão.

Algumas escolas visitam a biblioteca e estudantes universitários ajudam a catalogar os exemplares. Seu Chicão tem 70 anos e seu sonho é transformar o local em um lugar para a cidade.

Mas por que realizar esse trabalho? "Porque amanhã ou depois não vai mais existir livro pra ler, então a gente quer conservar o que a gente puder conservar, enquanto eu for vivo eu quero conservar isso aqui", responde.

Algumas pessoas dizem que ele é louco, mas o senhor que estudou apenas até a 5ª série do ensino fundamental responde: "É da loucura que vem as coisas boas".


No final do ano de 2014 Sr. Chicão foi nomeado membro da Academia de Letras de Passo Fundo e Cidadão Honorário da Cidade por seu trabalho realizado em prol da educação e dos livros.

A reportagem completa se encontra abaixo. Só para constar, os computadores que aparecem na biblioteca também foram encontrados no lixo.