Olá galera!
Segue um texto bem interessante da nossa mais nova colaboradora, a Drª Fabiana A. M. Terra, médica veterinária que está disposta a esclarecer algumas dúvidas sobre a melhor forma de cuidar dos nossos amigos de quatro patas. Para começar, ela nos fala sobre as vacinas que devem ser dadas aos nossos amigos e como elas devem ser administradas.
Vamos ler?
A vacina é um dos meios mais eficazes na prevenção de certos tipos de doenças infecciosas, isto é, doenças causadas por vírus ou bactérias.
Algumas dessas doenças podem ser muito graves e até fatais para seu animalzinho, como por exemplo, a Cinomose em cães, a Leucemia Viral em gatos e a raiva em ambos. Essas doenças podem ser facilmente evitadas com a vacinação.
As vacinas são feitas com vírus ou bactérias, mortos ou inativados, incapazes de causar a doença, mas capazes de fazer com que o sistema imunológico crie uma proteção contra eles, o que chamamos de imunização. Elas podem ser polivalentes, isto é, protegem contra várias doenças em uma só vacina, ou monovalentes que são específicas para um tipo de doença.
O ideal é que as vacinas sejam aplicadas no animal ainda filhote, podendo ser aplicadas a partir dos 45 dias, tanto em cães como em gatos.
Em filhotes o reforço da vacina polivalente geralmente é feito em 3 doses com intervalo de 21 dias e a antirrábica a partir do 4° mês, em ambas as espécies. O reforço deve ser feito anualmente com uma dose de cada vacina.
Para cães que vivem em áreas de risco (acesso a roedores) é indicado um reforço semestral da vacina contra leptospirose.
É muito importante que a vacina seja aplicada por um médico veterinário, pois somente ele é capaz de avaliar, através de um exame clínico, se o animal está apto a receber a vacina. É ele quem vai decidir qual é o melhor protocolo de vacinação de acordo com a idade, raça (algumas raças são mais sensíveis), área de risco, entre outros.
Animais que apresentam doença pré existente, febre, vômito, diarréia, verminose, desnutrição, infestação por pulgas ou carrapatos não devem ser vacinados, pois a resposta imunológica pode ser prejudicada. Nesses casos deve-se aguardar o tratamento e o restabelecimento da saúde para que o animal receba a vacina.
As principais doenças infecciosas que podem acometer os cães e podem ser prevenidas com a vacinação são:
Cinomose, Parvovirose, Hepatite Infecciosa, Adenovirose, Coronavirose, Leptospirose, Parainfluenza , Raiva e Leishmaniose Visceral.
As vacinas polivalentes para cães são conhecidas como V6, V8 e V10.
V6: Protege contra cinomose, parvovirose, hepatite infecciosa, coronavírus, parainfluenza e adenovírus canino tipo 2.
V8: protege contra as mesmas doenças da v6 e mais a leptospirose (L. canicola e L. icterohaemorrhagiae)
V10: protege contra as mesmas doenças da V8 e possui mais dois tipos de Leptospira a L. grippotyphosa e L. Pomona.
As vacinas monovalentes são contra giárdia, tosse dos canis, leptospirose, leishmaniose e raiva.
Para que o cão receba a vacina contra leishmaniose é necessário que se tenha a confirmação sorológica negativa, pois após a vacinação os testes podem acusar falso positivo. Também é necessário que se faça o reforço anual.
Nos gatos as principais doenças infecciosas prevenidas são:
Panleucopenia Felina, Rinotraqueíte, Clamidiose, Calicivirose, Leucemia Viral Felina e Raiva.
As vacinas polivalentes para gatos são conhecidas como:
Triplice felina: protege contra panleucopenia felina, calicivirose e rinotraqueite.
Quadrupla felina: protege contra todas as doenças da tríplice mais a clamidiose.
Quintupla felina: protege contra todas as doenças da quadrupla mais a Leucemia viral felina. Para receber essa vacina, o animal deverá ser submetido a testes sorológicos para confirmar se não é portador da doença. Caso contrário a vacina é contra indicada.
E a vacina monovalente contra raiva.
Entre as doenças prevenidas com a vacinação, a leishmaniose, a raiva, a leptospirose, a giardíase e a clamidiose são zoonoses, isto é, podem ser transmitidas ao ser humano.
É importante lembrar que antes que seu filhote complete o esquema de vacinação ele não deve ter acesso a rua e nem ter contato com outros animais.
Após a administração das vacinas alguns animais podem apresentar febre e prostração. Isso é esperado como reação do organismo a vacina, e não deve ser motivo de preocupação. Caso esses sintomas persistam por mais de 24 horas ou se o animal apresentar outras reações não esperadas, o médico veterinário deve ser avisado.
*O protocolo apresentado é um exemplo básico de vacinação. Esse protocolo pode variar, e podem ser inseridas outras vacinas a critério do médico veterinário, atendendo às necessidades de cada animal.
Fabiana A. M. Terra – Médica Veterinária
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